NOME:
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Nº
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1º ano do Ensino Médio
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TURMA:
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Data 19 / 02 / 19
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DISCIPLINA: HISTÓRIA
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PROF.: SIMONIA
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ASSUNTO: TEXTO PARA ANÁLISE EM SALA
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VALOR:
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NOTA:
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https://pt.slideshare.net/EduardoGomes28/periodo-medieval-prof-cleber-wolbert
A
Idade Média e o surgimento do Mundo feudal
De acordo com a historiografia mais
tradicional, a Idade Média é delimitada pelos seguintes marcos cronológicos: 476,
ano da “queda” do Império Romano do Ocidente, quando a própria cidade de Roma
foi conquistada pelos hérulos (um dos povos bárbaro-germânicos); e 1453, data
da “tomada” de Constantinopla (até então capital do Império Romano do Oriente,
também conhecido como Império Bizantino) pelos turcos otomanos.
O período medieval é comumente dividido em
duas fases: a Alta Idade Média (do século V ao século X) e a Baixa Idade Média,
que vai do século XI ao XV. A primeira fase foi marcada, essencialmente, pela
formação do mundo feudal, apesar de suas origens remontarem ao século III,
época da crise do Império Romano. Já na segunda fase, observamos a consolidação
do sistema feudal e a sua desagregação nos séculos XIV e XV.
A
crise do Império Romano
A crise do Império Romano tomou-se clara a
partir do século III. As razões dessa crise foram várias e, para entendê-las
melhor, precisamos rever algumas das características do mundo romano.
A sociedade romana era escravista, isto é, baseava-se na
exploração do trabalho escravo. Os escravos eram conseguidos, basicamente,
através de guerras de conquista. Á medida que os romanos ampliavam seus
domínios, o “abastecimento” de escravos para a produção (agricultura,
exploração dos recursos minerais, artesanato, etc.) estava garantido. Ao mesmo
tempo, a utilização em larga escala do trabalho escravo e a concentração
fundiária fizeram com que os pequenos proprietários de terras e os camponeses
ficassem sem condições de produzir. Muitos deles, diante da impossibilidade de
sobreviver no campo, dirigiram-se para as cidades e formaram uma massa de
ociosos que passou a depender do Estado. Considere-se, ainda, que a manutenção
das legiões também dependia dos recursos gerados por uma economia escravista,
além daqueles decorrentes das pilhagens e tributos provenientes das
províncias. Dessa maneira, a expansão imperialista não podia ser interrompida
devido à necessidade contínua e crescente de novos recursos. O Império Romano
atingiu sua extensão máxima no século II, durante o governo de Trajano (morto
em 117).
No século III, observa-se uma redução na extensão do Império. A
contração das fronteiras era resultado da crise que havia se instalado no
interior da sociedade escravista romana. Como o Império não mais se estendia,
também o número de escravos não crescia. Com o aumento do número de ociosos no
século anterior, também cresceram os gastos do Estado romano. Esses cidadãos
recebiam trigo gratuitamente, e o Império promovia uma série de espetáculos,
também gratuitos, para o divertimento e controle dessa multidão. O estudioso
Moses Hadas afirma:
A
manutenção do Império tornou-se muito difícil. Como afirma Gordon Childe:
“Um
grande exército permanente era essencial para a defesa (das fronteiras). Era
necessário equipar e pagar ao exército, cujo custo aumentou quando os
imperadores se viram forçados a contratar mercenários bárbaros (os romanos
chamavam assim todos os povos que viviam além das fronteiras do Império) do
estrangeiro para suprir a escassez de recrutas nativos. A administração e arrecadação
das rendas exigiam um imenso e custoso serviço público. (...) O sistema
econômico, enquanto se expandia, pôde suportar facilmente a ampliação das
despesas do Estado, mas à medida que se aproximava dos limites máximos (...)
tornou-se visível o desequilíbrio entre as rendas e os gastos.”
(CHILDE,
Gordon. O que acanteceu na História. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1973,
p. 287.)
Uma das alternativas encontradas pelo Estado romano foi o aumento
dos impostos, principalmente daqueles que recaíam sobre as províncias que
compunham o Império. No entanto, estas também se encontravam em dificuldades,
diante da falta de mão-de-obra escrava.
A crise provocou o empobrecimento do Império e o declínio
populacional. O artesanato urbano perdeu importância, e o comércio entre a
parte ocidental do mundo romano e a parte oriental tornou-se constantemente
deficitário para os ocidentais. A decadência, e, até mesmo, o desaparecimento
de muitas cidades, associada às ameaças externas (os “bárbaros” pressionavam as
fronteiras em vários pontos) levaram os grandes proprietários a abandonar a
vida urbana. Muitos passaram a residir nas vilas. A vila não era apenas a
residência do nobre latifundiário, mas também a própria fazenda produtiva.
Geralmente, localizava-se numa região fértil, próxima às rotas do comércio ou
dos portos. Nessas grandes propriedades rurais, praticamente auto-suficientes,
o trabalho escravo era predominante. Com a crise do escravismo antigo,
verificou-se uma importante modificação nas relações sociais. Para que o volume
de produção fosse mantido, mesmo com a redução do número de escravos, os
latifundiários tomaram medidas, para que o trabalhador direto se interessasse
pelo processo de produção.
As principais medidas
foram:
a) a divisão dos
latifúndios em duas partes: as reservas senhoriais e os lotes dos camponeses,
denominados mansus;
b) a sujeição do camponês livre ou mesmo do
pequeno proprietário que, em troca de proteção e do direito de permanecer nas
terras, deveria prestar serviços e pagar tributos ao latifundiário. Houve,
assim, uma mudança na condição jurídica do camponês: de trabalhador livre para
colono;
c) a modificação na
condição jurídica do escravo, agora convertido em colono e preso à terra.
O colono estava preso à terra. Ele não podia abandoná-la, e o
proprietário não podia vendê-la sem ele. O colonus era obrigado a
trabalhar na reserva senhorial, sem direito a uma parte da produção. Para poder
usufruir da terra que lhe era cedida, o colono entregava ao senhor uma parcela
da produção nela realizada, além do pagamento de impostos.
A decadência de Roma,
iniciada no século III atingiu o seu
apogeu no século IV. Segundo
Engels:
“Quanto mais o Império ia decaindo, mais subiam os impostos
e taxas e maior era a falta de vergonha com que os funcionários saqueavam e
ameaçavam. (...) O empobrecimento era geral: declínio do comércio, decadência
dos ofícios manuais e da arte, diminuição da população; decadência das cidades;
retorno da agricultura a um estágio mais atrasado — este foi o resultado final
do domínio romano no mundo.”
(ENGELS.
Friedrich. A revolução na ciência de Herr Dtlhring. Lo)
:
Além da feição econômica da crise, que provocou a ruralização da
produção e a modificação nas relações de produção, os historiadores apontam
outros sintomas que nos revelam o processo de decadência do Império Romano do
Ocidente:
a) a corrupção resultante das conquistas, que
atingiu toda a sociedade e o exército;
b) o enfraquecimento do
poder do Estado;
c) a mudança nos valores
religiosos e políticos, após a expansão romana.
(texto
extraído e adaptado de História Antiga e medieval – Ricardo, Adhemar e Flávio)
Ed. Lê B.H
APÓS
A LEITURA RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:
01
– Dê que forma a historiografia tradicional explica a idade Média ?
02
– Por que o texto afirma que Roma era uma sociedade escravista ?
03
– Por que a expansão imperialista não
podia ser interrompida ?
04
– Quais foram as alternativas encontradas pelo estado romano para superar as
dificuldades que surgiram a partir do século III ?
05
– Explique como foi a crise do escravismo romano.
06
– Quais form as modificações nas relações sociais em Roma a partir da crise do
escravismo ?
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