quarta-feira, 31 de julho de 2019

A Idade Média e o surgimento do Mundo feudal -1º ano-profª Simonia-atividade




NOME:                                                                                                       
1º ano do Ensino Médio
TURMA: 
Data    19 / 02 / 19

DISCIPLINA: HISTÓRIA 
PROF.: SIMONIA
ASSUNTO: TEXTO PARA ANÁLISE EM SALA 
VALOR:  
NOTA:





https://pt.slideshare.net/EduardoGomes28/periodo-medieval-prof-cleber-wolbert

A Idade Média e o surgimento do Mundo feudal


    De acordo com a historiografia mais tradicional, a Idade Média é delimitada pelos seguintes marcos cronológicos: 476, ano da “queda” do Império Romano do Ocidente, quando a própria cidade de Roma foi conquistada pelos hérulos (um dos povos bárbaro-germânicos); e 1453, data da “tomada” de Constantinopla (até então capital do Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino) pelos turcos otomanos.
    O período medieval é comumente dividido em duas fases: a Alta Idade Média (do século V ao século X) e a Baixa Idade Média, que vai do século XI ao XV. A primeira fase foi marcada, essencialmente, pela formação do mundo feudal, apesar de suas origens remontarem ao século III, época da crise do Império Romano. Já na segunda fase, observamos a consolidação do sistema feudal e a sua desagregação nos séculos XIV e XV.

A crise do Império Romano


    A crise do Império Romano tomou-se clara a partir do século III. As razões dessa crise foram várias e, para entendê-las melhor, precisamos rever algumas das características do mundo romano.
    A sociedade romana era escravista, isto é, baseava-se na exploração do trabalho escravo. Os escravos eram conseguidos, basicamente, através de guerras de conquista. Á medida que os romanos ampliavam seus domínios, o “abastecimento” de escravos para a produção (agricultura, exploração dos recursos minerais, artesanato, etc.) estava garantido. Ao mesmo tempo, a utilização em larga escala do trabalho escravo e a concentração fundiária fizeram com que os pequenos proprietários de terras e os camponeses ficassem sem condições de produzir. Muitos deles, diante da impossibilidade de sobreviver no campo, dirigiram-se para as cidades e formaram uma massa de ociosos que passou a depender do Estado. Considere-se, ainda, que a manutenção das legiões também dependia dos recursos gerados por uma economia escravista, além daqueles decorrentes das pilhagens e tributos provenien­tes das províncias. Dessa maneira, a expansão imperialista não podia ser interrompida devido à necessidade contínua e crescente de novos recursos. O Império Romano atingiu sua extensão máxima no século II, durante o governo de Trajano (morto em 117).
    No século III, observa-se uma redução na extensão do Império. A contração das fronteiras era resultado da crise que havia se instalado no interior da sociedade escravista romana. Como o Império não mais se estendia, também o número de escravos não crescia. Com o aumento do número de ociosos no século anterior, também cresceram os gastos do Estado romano. Esses cidadãos recebiam trigo gratuitamente, e o Império promovia uma série de espetáculos, também gratuitos, para o divertimento e controle dessa multidão. O estudioso Moses Hadas afirma:
A manutenção do Império tornou-se muito difícil. Como afirma Gordon Childe:
“Um grande exército permanente era essencial para a defesa (das fronteiras). Era necessário equipar e pagar ao exército, cujo custo aumentou quando os imperadores se viram forçados a contratar mercenários bárbaros (os romanos chamavam assim todos os povos que viviam além das fronteiras do Império) do estrangeiro para suprir a escassez de recrutas nativos. A administração e arrecadação das rendas exigiam um imenso e custoso serviço público. (...) O sistema econômico, enquanto se expandia, pôde suportar facilmente a ampliação das despesas do Estado, mas à medida que se aproximava dos limites máximos (...) tornou-se visível o desequilíbrio entre as rendas e os gastos.”
(CHILDE, Gordon. O que acanteceu na História. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1973, p. 287.)

    Uma das alternativas encontradas pelo Estado romano foi o aumento dos impostos, principalmente daqueles que recaíam sobre as províncias que compunham o Império. No entanto, estas também se encontravam em dificuldades, diante da falta de mão-de-obra escrava.
    A crise provocou o empobrecimento do Império e o declínio populacional. O artesanato urbano perdeu importância, e o comércio entre a parte ocidental do mundo romano e a parte oriental tornou-se constantemente deficitário para os ocidentais. A decadência, e, até mesmo, o desaparecimento de muitas cidades, associada às ameaças externas (os “bárbaros” pressionavam as fronteiras em vários pontos) levaram os grandes proprietários a abandonar a vida urbana. Muitos passaram a residir nas vilas. A vila não era apenas a residência do nobre latifundiário, mas também a própria fazenda produtiva. Geralmente, localizava-se numa região fértil, próxima às rotas do comércio ou dos portos. Nessas grandes propriedades rurais, praticamente auto-suficientes, o trabalho escravo era predominante. Com a crise do escravismo antigo, verificou-se uma importante modificação nas relações sociais. Para que o volume de produção fosse mantido, mesmo com a redução do número de escravos, os latifundiários tomaram medidas, para que o trabalhador direto se interessasse pelo processo de produção.

As principais medidas foram:

a) a divisão dos latifúndios em duas partes: as reservas senhoriais e os lotes dos camponeses, denominados mansus;
b) a sujeição do camponês livre ou mesmo do pequeno proprietário que, em troca de proteção e do direito de permanecer nas terras, deveria prestar serviços e pagar tributos ao latifundiário. Houve, assim, uma mudança na condição jurídica do camponês: de trabalhador livre para colono;
c) a modificação na condição jurídica do escravo, agora convertido em colono e preso à terra.
    O colono estava preso à terra. Ele não podia abandoná-la, e o proprietário não podia vendê-la sem ele. O colonus era obrigado a trabalhar na reserva senhorial, sem direito a uma parte da produção. Para poder usufruir da terra que lhe era cedida, o colono entregava ao senhor uma parcela da produção nela realizada, além do pagamento de impostos.

A decadência de Roma, iniciada no século III  atingiu o seu apogeu no século IV.         Segundo Engels:
“Quanto mais o Império ia decaindo, mais subiam os impostos e taxas e maior era a falta de vergonha com que os funcionários saqueavam e ameaçavam. (...) O empobrecimento era geral: declínio do comércio, decadência dos ofícios manuais e da arte, diminuição da população; decadência das cidades; retorno da agricultura a um estágio mais atrasado — este foi o resultado final do domínio romano no mundo.”
(ENGELS. Friedrich. A revolução na ciência de Herr Dtlhring. Lo)
:
    Além da feição econômica da crise, que provocou a ruralização da produção e a modificação nas relações de produção, os historiadores apontam outros sintomas que nos revelam o processo de decadência do Império Romano do Ocidente:
a) a corrupção resultante das conquistas, que atingiu toda a sociedade e o exército;
b) o enfraquecimento do poder do Estado;
c) a mudança nos valores religiosos e políticos, após a expansão romana.

(texto extraído e adaptado de História Antiga e medieval – Ricardo, Adhemar e Flávio) Ed. Lê B.H 


APÓS A LEITURA RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:

01 – Dê que forma a historiografia tradicional explica a idade Média ?

02 – Por que o texto afirma que Roma era uma sociedade escravista ?

03 – Por que a expansão  imperialista não podia ser interrompida ?

04 – Quais foram as alternativas encontradas pelo estado romano para superar as dificuldades que surgiram a partir do século III ?

05 – Explique como foi a crise do escravismo romano.

06 – Quais form as modificações nas relações sociais em Roma a partir da crise do escravismo ?


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