terça-feira, 4 de julho de 2017

FÍSICA – TEXTO PARA LEITURA - 3º ano - prof. Cassimiro



FÍSICA – TEXTO PARA LEITURA

O Sol: fonte de energia

O Sol é a fonte de energia com maior potencial para suprir a crescente demanda energética em todo o mundo. Podemos aproveitar diretamente a sua oferta, o que ajuda, inclusive, a enfrentarmos os efeitos adversos causados pelas mudanças climáticas – um fenômeno acelerado pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo.

A radiação solar que chega à terra pode ser dividida em duas componentes: radiação direta e radiação difusa.

A radiação direta é a parte da radiação solar que não sofre nenhum desvio pela atmosfera, vindo diretamente do sol. Ela pode ser concentrada com uma lupa e é devido a sua presença que existem sombras bem definidas em dias ensolarados. A radiação direta é a componente mais importante para a tecnologia heliotérmica.

A radiação difusa, por sua vez, é aquela que alcança a superfície da Terra vindo de todas as direções, após ter sido dispersada pelas moléculas, partículas e nuvens presentes na atmosfera. A radiação difusa pode ser interpretada como a claridade do céu quando o sol está totalmente encoberto por nuvens e é aproveitada pela tecnologia fotovoltaica.




Algumas curiosidades:


A energia solar recebida pela Terra é cerca de 5 mil vezes maior do que o consumo mundial de eletricidade e energia térmica somados

  •  energia solar que chega a Terra em um ano é cerca de 35 vezes maior do que as reservas mundiais















  • de petróleo, carvão, gás natural e urânio somadas.
  • ​Em um ano, A Terra recebe 80 mil vezes mais energia do Sol do que todas as outras fontes renováveis somadas podem produzir no mesmo período.



O aproveitamento direto da energia do sol pode ser realizado por meio de uma variedade de tecnologias; uma delas é a heliotérmica.

O que é Energia Heliotérmica?


 


Energia Heliotérmica, também conhecida como Concentrating Solar Power (CSP), é o processo de uso e acúmulo do calor proveniente dos raios solares. Para que isso aconteça, espelhos são usados para refletir a luz solar e concentrá-la num único ponto, onde há um receptor. Dessa forma, grande quantidade de calor é acumulada e usada tanto para processos industriais que demandam altas temperaturas como para gerar eletricidade.





A geração elétrica heliotérmica acontece de forma indireta: antes de virar energia elétrica, o calor do Sol é captado e armazenado para, depois, ser transformado em energia mecânica e, por fim, em eletricidade. O calor captado aquece um líquido que passa pelo receptor, chamado de Fluido Térmico. Esse líquido armazena o calor e serve para aquecer a água dentro da usina e gerar vapor. A partir daí, a usina heliotérmica segue os mesmos processos de uma usina termoelétrica: o vapor gerado movimenta uma turbina e aciona um gerador, produzindo, assim, energia elétrica.

As aplicações heliotérmicas têm uma característica que as distingue de todas as energias intermitentes: a possibilidade de incorporar um armazenamento térmico. Isso significa que uma parte da energia do Sol é estocada em forma de calor e, quando o Sol gera mais energia do que a usina ou indústria é capaz de utilizar, uma parte dela pode ser guardada num depósito térmico à parte. Além disso, ainda é possível integrar as tecnologias heliotérmica com outras fontes de energia, assegurando a geração em qualquer cenário e também do uso do calor para outros processos industriais.

Regiões com baixa presença de nuvens, altos níveis de radiação solar e terrenos planos caracterizam o cenário ideal para a implantação de um projeto heliotérmico. O Brasil é, portanto, um país com rico potencial, principalmente na região Nordeste e em parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste. Além disso, a instalação de uma usina heliotérmica em áreas áridas promove o desenvolvimento da região, cria postos de trabalho diretos na construção e manutenção da planta heliotérmica e postos indiretos nas indústrias fornecedoras para o novo mercado. (fonte: http://energiaheliotermica.gov.br/).



Exercício Resolvido



O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação – potência solar incidente na superfície da Terra – seja de 800 watts/m2. Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior a 400°C. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica. Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora tenha 6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e que o calor específico da água é 1 cal.g-1.°C-1 = 4.200 J.kg-1.°C-1, então qual seria o comprimento linear do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 tonelada) de água de 20 °C para 100 °C?



Apesar de parecer complicado é um exercício simples.



Da equação fundamental da calorimetria (que vimos no primeiro bimestre) temos  Q = m.c.ΔT

(onde m é a massa de água, isto é 1000 kg (1 ton), c é o calor específico da água e ΔT é a variação de temperatura ΔT = 100°C – 20°C = 80 °C)

Q = 1000.4200.80 (oberve que expressamos o calor específico em J.kg-1.°C-1 no lugar de cal.g-1.°C-1)

Q = 336 x 106 J

A potência P será dada por  P = Q/Δt (como já vimos anteriormente), então P = 336.106J/3600s

P = 9,3.104 W         (W é a unidade de medida em Watts)

Para uma largura de 6m e comprimento linear x, temos uma área A = 6x:

1 m2 ........................... 800W

x m2 ......................... 9,3.104

6x = 9,3.104/800

x 19 m (aproximadamente de 19 metros deve ser o comprimento do espelho refletor).

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