NOME:
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Nº
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2º ano do Ensino Médio
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TURMA: F e J
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Data
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DISCIPLINA: HISTÓRIA
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PROF.: SIMONIA
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ASSUNTO: A SOCIEDADE COLONIAL - TEXTO 1 PARA ANÁLISE EM SALA
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VALOR:
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NOTA:
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Ø ATENÇÃO:
Fazer a leitura atenta, registrar o título do texto e as perguntas no caderno
e responder
A SOCIEDADE COLONIAL
A sociedade
colonial estava baseada na escravidão. Os escravos, segundo Antonil, “são as
mãos e os pés do senhor de engenho”. Trabalhando diretamente na produção ou em
serviços domésticos, vivendo nas senzalas e vigiados pelos feitores e pelos
senhores, os escravos constituíam a base de toda a estrutura social. A
população escrava, apesar de contar com alguns elementos nativos, era
constituída em sua grande maioria pelos negros africanos.
Os negros que
foram trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos:
os bantu e os sudaneses, divididos em incontáveis sub-grupos. Na Africa, o
resgate era realizado de forma violenta, pois tribos inteiras eram atacadas
pelos portugueses ou então as tribos eram levadas a se atacarem mutuamente,
para que os vencidos pudessem ser trocados por aguardente e fumo. Eram
trazidos em navios negreiros, em condições sub-humanas. Muitos eram os que
morriam durante a travessia. No Brasil eram levados ao mercado de escravos onde
eram comprados pelos senhores. É importante verificar que os portugueses
evitavam deixar os grupos originais intactos em uma região, já que deixando-os
juntos facilitariam as revoltas; em conseqüência, misturavam-nos.
Tal como
aconteceu com o indígena, o africano foi brutalmente dominado e subjugado.
Esta afirmativa está naturalmente em desacordo com dois mitos que foram criados
a respeito da escravidão no Brasil. O primeiro fala do bom tratamento que era
dispensado ao escravo pelo seu senhor. O segundo afirma que o africano era
dócil e aceitou passivamente a escravização. Duas evidências destroem estes
mitos. Vários cronistas que aqui estiveram relatam o “bom” tratamento a que
estavam submetidos os escravos: açoites, corte das orelhas e narizes, marcas a
ferro em brasa, correntes e execuções. Quanto à docilidade na aceitação do
cativeiro, o escravo nos responde com a rebeldia, com o assassinato de
feitores, com a fuga (e a conseqüente formação de quilombos). Não se pode
esquecer uma outra forma de resistência que o escravo ofereceu: o suicídio.
A sociedade
nordestina entre os séculos XVI e XVII caracterizou-se pela divisão da
população em dois grupos distintos: senhores e escravos. A classe dos senhores
era formada pelos grandes proprietários de terras e de escravos. Como no outro
extremo são encontrados os escravos, grupo numeroso e privado de direitos,
pode-se afirmar que a sociedade açucareira era uma sociedade aristocrática,
rural e imóvel. As camadas intermediárias eram constituídas por elementos sem
posição definida e dependentes, tais como agregados, mestiços, pequenos
proprietários, funcionários e outros, sem expressão sócio-econômica. Os
lavradores, isto é, plantadores independentes de cana foram eliminados devido
à dependência em relação aos senhores de engenho. Os que eram apenas
plantadores levavam suas safras ao senhor que estabelecia o preço de compra.
Pouco a pouco a subordinação passou a ser total, com a entrega da safra a
preços muito baixos e, posteriormente, devido a dividas acumuladas, com a
entrega das terras. Isto provocou a concentração da propriedade e o desaparecimento
dos sesmeiros apenas plantadores.
Em relação
às famílias, o que se observa de mais significativo é o patriarcalismo, onde
todos os poderes se concentram no senhor de engenho — o patriarca, do qual
todos dependem e ao qual todos se submetem.
Nas regiões
em que se praticava a pecuária, era possível uma relativa mobilidade, em
virtude mesmo do sistema de remuneração dos vaqueiros. O vaqueiro recebia o seu
pagamento em cabeças de gado, o que lhe permitia iniciar a sua própria
criação.
Na região
mineira, a população cresceu de modo vertiginoso quando o ouro foi descoberto.
Dirigindo-se para a região das minas, os colonos não terão, com a nova
atividade, a mesma estrutura de posse da terra. A região foi povoada por
elementos das mais variadas procedências vivendo em centros urbanos. Através
da mineração o comércio se desenvolveu bastante. A sociedade não se apresentava
aristocrática, pelo contrário, até mesmo alguns autores chamam atenção para o
caráter democratizante das relações sociais na região aurífera, em virtude do
sistema de trabalho e, sobretudo, devido ao fato de que aqui se constituiu um
numeroso grupo médio. Tivemos o aparecimento de tropeiros, comerciantes,
elementos do clero, funcionários, artistas, profissionais liberais e artesãos.
Ao escravo
era reservado o duro trabalho de extração. Denominados oficialmente de
“peças”, os escravos eram reduzidos à condição de “instrumentos de trabalho”,
aos quais todos os direitos eram negados. Entretanto, na região mineradora, a
carta de alforria podia ser obtida com mais facilidade. Neste sentido, Celso
Furtado observa que “a forma como se organiza o trabalho permite que o escravo
tenha maior iniciativa e que circule num meio social mais complexo. Muitos
escravos chegaram mesmo a trabalhar por conta própria, comprometendo-se a pagar
periodicamente uma quantia fixa ao seu dono, o que lhe abre a possibilidade de
comprar a própria liberdade”.
(Texto
extraído de: História/ Ricardo, Adhemar, Flávio. – Belo Horizonte. MG: Ed. Lê, 1996. Pag.
107 a 109)
01 - Antonil foi um escritor
que viveu na época colonial e fez várias análises sobre aquela sociedade. Na
sua opinião o que ele quer dizer quando afirma que os escravos “são as mãos e
os pés do senhor de engenho”.
02 - Quais os mitos que foram
criados a respeito da escravidão no
Brasil, segundo o texto ?
03 – Quais as evidências apontadas pelo autor que destroem estes mitos
?
04 – Apresente as características da sociedade nordestina dos séculos
XVI e XVII.
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