sábado, 10 de agosto de 2019

A SOCIEDADE COLONIAL - PROFª - SIMONIA - 2º ANO I e J


NOME:                                                                                                       
2º ano do Ensino Médio
TURMA: F e J
Data  

DISCIPLINA: HISTÓRIA 
PROF.: SIMONIA 
ASSUNTO:  A SOCIEDADE COLONIAL - TEXTO 1 PARA ANÁLISE EM SALA
VALOR:  
NOTA:


Ø  ATENÇÃO: Fazer a leitura atenta, registrar o título do texto e as perguntas no caderno e responder

A SOCIEDADE COLONIAL

 A sociedade colonial estava baseada na escravidão. Os escravos, segun­do Antonil, “são as mãos e os pés do senhor de engenho”. Trabalhando dire­tamente na produção ou em serviços domésticos, vivendo nas senzalas e vigia­dos pelos feitores e pelos senhores, os escravos constituíam a base de toda a estrutura social. A população escrava, apesar de contar com alguns elementos nativos, era constituída em sua grande maioria pelos negros africanos.
Os negros que foram trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos: os bantu e os sudaneses, divididos em incontáveis sub-grupos. Na Africa, o resgate era realizado de forma violenta, pois tribos inteiras eram atacadas pelos portugueses ou então as tribos eram levadas a se atacarem mutuamente, para que os vencidos pudessem ser trocados por aguardente e fu­mo. Eram trazidos em navios negreiros, em condições sub-humanas. Muitos eram os que morriam durante a travessia. No Brasil eram levados ao mercado de escravos onde eram comprados pelos senhores. É importante verificar que os portugueses evitavam deixar os grupos originais intactos em uma região, já que deixando-os juntos facilitariam as revoltas; em conseqüência, misturavam-nos.
Tal como aconteceu com o indígena, o africano foi brutalmente domina­do e subjugado. Esta afirmativa está naturalmente em desacordo com dois mitos que foram criados a respeito da escravidão no Brasil. O primeiro fala do bom tratamento que era dispensado ao escravo pelo seu senhor. O segundo afirma que o africano era dócil e aceitou passivamente a escravização. Duas evidên­cias destroem estes mitos. Vários cronistas que aqui estiveram relatam o “bom” tratamento a que estavam submetidos os escravos: açoites, corte das orelhas e narizes, marcas a ferro em brasa, correntes e execuções. Quanto à docilidade na aceitação do cativeiro, o escravo nos responde com a rebeldia, com o assassi­nato de feitores, com a fuga (e a conseqüente formação de quilombos). Não se pode esquecer uma outra forma de resistência que o escravo ofereceu: o suicí­dio.
A sociedade nordestina entre os séculos XVI e XVII caracterizou-se pela divisão da população em dois grupos distintos: senhores e escravos. A classe dos senhores era formada pelos grandes proprietários de terras e de es­cravos. Como no outro extremo são encontrados os escravos, grupo numeroso e privado de direitos, pode-se afirmar que a sociedade açucareira era uma socie­dade aristocrática, rural e imóvel. As camadas intermediárias eram constituídas por elementos sem posição definida e dependentes, tais como agregados, mesti­ços, pequenos proprietários, funcionários e outros, sem expressão sócio-eco­nômica. Os lavradores, isto é, plantadores independentes de cana foram elimi­nados devido à dependência em relação aos senhores de engenho. Os que eram apenas plantadores levavam suas safras ao senhor que estabelecia o preço de compra. Pouco a pouco a subordinação passou a ser total, com a entrega da safra a preços muito baixos e, posteriormente, devido a dividas acumuladas, com a entrega das terras. Isto provocou a concentração da propriedade e o desaparecimento dos sesmeiros apenas plantadores.
Em relação às famílias, o que se observa de mais significativo é o patriar­calismo, onde todos os poderes se concentram no senhor de engenho — o pa­triarca, do qual todos dependem e ao qual todos se submetem.
Nas regiões em que se praticava a pecuária, era possível uma relativa mobilidade, em virtude mesmo do sistema de remuneração dos vaqueiros. O vaqueiro recebia o seu pagamento em cabeças de gado, o que lhe permitia ini­ciar a sua própria criação.
Na região mineira, a população cresceu de modo vertiginoso quando o ouro foi descoberto. Dirigindo-se para a região das minas, os colonos não te­rão, com a nova atividade, a mesma estrutura de posse da terra. A região foi povoada por elementos das mais variadas procedências vivendo em centros ur­banos. Através da mineração o comércio se desenvolveu bastante. A sociedade não se apresentava aristocrática, pelo contrário, até mesmo alguns autores cha­mam atenção para o caráter democratizante das relações sociais na região aurí­fera, em virtude do sistema de trabalho e, sobretudo, devido ao fato de que aqui se constituiu um numeroso grupo médio. Tivemos o aparecimento de tropeiros, comerciantes, elementos do clero, funcionários, artistas, profissionais liberais e artesãos.
Ao escravo era reservado o duro trabalho de extração. Denominados ofi­cialmente de “peças”, os escravos eram reduzidos à condição de “instrumentos de trabalho”, aos quais todos os direitos eram negados. Entretanto, na região mineradora, a carta de alforria podia ser obtida com mais facilidade. Neste sen­tido, Celso Furtado observa que “a forma como se organiza o trabalho permite que o escravo tenha maior iniciativa e que circule num meio social mais com­plexo. Muitos escravos chegaram mesmo a trabalhar por conta própria, comprometendo-se a pagar periodicamente uma quantia fixa ao seu dono, o que lhe abre a possibilidade de comprar a própria liberdade”.

(Texto extraído de: História/ Ricardo, Adhemar, Flávio. – Belo Horizonte. MG: Ed. Lê, 1996. Pag. 107 a 109)


01 -   Antonil foi um escritor que viveu na época colonial e fez várias análises sobre aquela sociedade. Na sua opinião o que ele quer dizer quando afirma que os escravos “são as mãos e os pés do senhor de engenho”.

02 -  Quais os mitos que foram criados a respeito da escravidão no  Brasil, segundo  o texto ?

03 – Quais as evidências apontadas pelo autor que destroem estes mitos ?


04 – Apresente as características da sociedade nordestina dos séculos XVI e XVII.

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